| Notícias

22 de março – Dia Mundial da Água. Veja como o Museu Água tem atuado nesta agenda

março de 2023
Foto: Logo Museu água

No Dia Mundial da Água, 22 de março, é celebrado desde 1993. Criado pela ONU, foi um desdobramento da Agenda 21, que no seu artigo 18 destaca a importância da proteção da qualidade dos recursos de água doce. No mundo, estima-se que um bilhão de pessoas ainda não tem acesso a abastecimento suficiente de água.

Em 2015, foram aprovadas novas metas de desenvolvimento por parte da ONU por meio da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que prevê 17 ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável). O ODS 6 busca “assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos”.

Uma iniciativa de fôlego relacionada a esse objetivo é o projeto do Museu Água, a ser implantado entre o Museu de Arte Contemporânea e o Instituto Biológico de São Paulo, em frente ao Parque do Ibirapuera.  Será um espaço de experiências interativo e de integração entre a arte e ciência, onde os visitantes poderão conhecer o histórico e os benefícios da água, a evolução tecnológica por trás do saneamento e refletir sobre como preservar um recurso natural tão importante e escasso.

Com o intuito de apoiar e fortalecer a participação e conscientização da sociedade para melhorar a gestão da água e do saneamento, o Museu Água visa estabelecer bases sólidas e viáveis para garantir a preservação e divulgação de acervos estratégicos para a história do Estado de São Paulo, caso do acervo do setor de Saneamento Ambiental. 

Trata-se de um importante e necessária ação de responsabilidade cultural, com grande potencial de desdobramento em projetos que, a partir desse patrimônio histórico, possam contribuir para a educação patrimonial e para a educação ambiental em prol do uso responsável dos recursos naturais e da expansão do saneamento.

Ancorado pela Associação dos Engenheiros da Sabesp – AESabesp, a proposta do Museu Água inspira-se no WaterMuseum - Rede Global de Museus da Água (WAMU-NET), uma iniciativa emblemática da UNESCO-IHP (Programa Hidrológico Intergovernamental) que tem o objetivo de promover a educação para a conscientização sobre a água, a cooperação entre museus, instituições e pessoas para implementar novas ações e construir uma 'nova cultura da água', a fim de reparar nossa relação deteriorada com o elemento mais precioso para a vida.


O MUSEU ÁGUA NASCEU!

Nesta entrevista concedida à Biblioteca Sabesp, a presidente do Conselho Deliberativo da AESabesp e coordenadora do Museu Água de São Paulo, Viviana Borges, discorre sobre o percurso inicial que permeou a criação do Museu e alguns desdobramentos posteriores, refletindo sobre os resultados acumulados ao longo dos  três anos de lançamento do projeto. Hoje, na concepção de Viviana, o Museu Água já tem muitos donos e são diversas as instituições e pessoas que acreditam e contribuem, de várias formas, para sua implantação. 


Engenheira Civil (Universidade Mackenzie), Mestre em Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos (USP), com pós-graduação em Física (IE/USP), MBA em Gestão Empresarial (FIA/USP), especialização em Engenharia de Saneamento Básico (FSP/USP) e em Gestão Pública (FESPSP). Concluiu o PDL da FDC (2021), e o curso de Regulación, Gobernanza y Gestión Integrada del Agua (IDGCE, 2022). Especialista em saneamento com mais de 25 anos de experiência, é Gerente da Divisão de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Operacional da Produção de Água da Sabesp, responsável pela engenharia da macrodistribuição de água da RMSP. Professora da FESPSP e presidente do Conselho Deliberativo da AESabesp e coordenadora do Museu Água de São Paulo.

Biblioteca Sabesp: De que forma as atividades do Museu Água tiveram início? Quais foram as primeiras providências tomadas? Quem participou dessas primeiras iniciativas? Já havia, dentro da AESabesp, um esboço de museu?

Viviana Borges: A AESabesp esboçava poucas atividades culturais quando foi instigada a pensar em um projeto cultural grande como um museu.  As atividades do Museu Água começaram com a mobilização de pessoas que se voluntariaram para idealizar e debater etapas de um plano para a implantação do museu. A partir da intenção de se criar um museu como uma forma de disseminação do conhecimento sobre a importância do saneamento na vida das pessoas, muitos se interessaram e começaram a dar sugestões e dicas. As vezes as dicas eram pela busca de voluntários que se aproximavam do tema museu e educação ambiental. Com algumas reuniões e muitas pesquisas. o grupo de voluntários formado definiu o nome, local e ações iniciais para garantir a viabilidade do projeto e principais etapas. O grupo inicial tinha cerca de oito pessoas, mas foi agregando muitos simpatizantes ao longo do tempo, para o desenvolvimento das ações.

Biblioteca Sabesp: A AESabesp tem um viés técnico forte e é uma entidade que tem como algumas de suas finalidades a promoção de ações e projetos que visem o bem-estar, saúde e a preservação do meio ambiente. Nessa inquietação, quais eram os modelos de museu que estariam na origem do Museu Água, ou seja, em que o museu se inspira?

Viviana Borges: O grupo de idealizadores do Museu Água buscou a experiência da Sabesp e da Fundação de Energia e Saneamento como iniciativa de criar o museu do saneamento. Esse grupo envolveu pessoas que já tinham realizado projetos culturais, como a publicação do livro “Guarapiranga 100 Anos – de Ricardo Araujo e Mariângela Solia”, patrocinado pela AESabesp e "Memória Sabesp e Cine Sabesp". Pesquisamos modelos de museus água pelo mundo (Rede Water Museum, da UNESCO), da Sanepar e de Indaiatuba, além do Museu do Amanhã e Japan House como inspiração. Queríamos um museu que fosse moderno, interativo e atrativo.

Biblioteca Sabesp: Como podemos definir a proposta do Museu Água?

Viviana Borges: Será um museu moderno com fluidez e movimento. O Museu Água será um espaço condutor de experiências e aprendizados, estimulante, acessível e inclusivo para levar conhecimento e proporcionar engajamento social para os temas relacionados a água e o meio ambiente. Queremos valorizar o passado com os olhos no futuro. Acreditamos que assim, envolveremos toda a sociedade em discussões e ações que garantam a sustentabilidade, a vida e um futuro melhor para todos. Queremos receber visitantes de todos os lugares e crianças, bem como as escolas, para um trabalho transversal de educação com o poder de apropriar e transformar a sociedade.

Biblioteca Sabesp: Como você analisa os resultados acumulados ao longo desses três anos de lançamento do projeto?

Viviana Borges: Os resultados foram ótimos! Sempre que falamos do Museu Água recebemos um retorno muito positivo do projeto. Tivemos muitos colaboradores e críticos para criar o conceito do museu e realizamos a etapa do concurso de arquitetura sustentável com uma repercussão fantástica. Entre nossas conquistas, conseguimos selecionar parceiros que sabem fazer museus com excelência; aprovar o projeto na Lei de Incentivo Fiscal (muito poucos foram os que conseguiram) e captar o patrocínio integral, com o investimento da iniciativa privada para a etapa de planos e projetos. Por fim, concluímos o Plano Museológico e Expográfico com a participação de muitas pessoas entusiasmadas com o propósito do Museu Água. Além disso, temos os projetos arquitetônicos e paisagístico detalhados e firmamos Termos de Cooperação e de Apoio Institucional e muitos outros em fase de formalização. Lembramos que quase tudo isso foi elaborado durante a pandemia da Covid-19, com a colaboração e e dedicação intensa de voluntários, que cederam suas horas nos intervalos de trabalho. Estamos muito empolgados com o potencial de transformação do Museu Água, para São Paulo e para o Brasil.

Biblioteca Sabesp: Quais são os principais parceiros que contribuem para a implantação do museu do projeto?

Viviana Borges: A AESabesp selecionou o Instituto Pedra em parceria com o Base7 para a implantação do Museu Água. A Sabesp conheceu o projeto e concedeu o prosseguimento com a implantação do museu na importante área operacional – EEAT França Pinto. O Instituto Pedra é proponente do projeto cultural, responsável técnico, coordenador administrativo do projeto e elabora o projeto de restauração das construções históricas do complexo do Museu Água. Já a empresa Base7 Projetos Culturais é provedora de ideias e soluções para empreendimentos culturais, atuando de forma integrada e multidisciplinar na concepção, planejamento, produção e coordenação de projetos. Especializada no campo de museus, acervos e exposições e é a responsável pelo Plano Museológico e Projeto Museográfico do Museu Água.

Biblioteca Sabesp: Gostaria de acrescentar ou destacar algo que julga necessário?

Viviana Borges: O Museu Água nasceu!


Acesse o site do Museu Água clicando neste link. 

Saiba como apoiar clicando aqui.