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BibliON: amplie seus conhecimentos sobre a temática indígena

agosto de 2023
Foto: BibliON

A escritora, poeta e pequisadora Julie Dorrico, idealizadora do @leiamulheresindígenas no Instagram, e que pertence ao povo Macuxi, lembra que a Literatura Indígena tornou-se um instrumento importante para a difusão das vozes desses povos.

Segunda a autora, as principais características que marcam os textos produzidos pelos autores indígenas são as narrativas cosmológicas e de visões de mundo das etnias, a integração entre o ser humano e a Natureza como algo uno, a ancestralidade e as suas simbologias. A escrita é permeada pela oralidade, pela sabedoria dos mais velhos, guardiões da memória e da identidade de seu povo. Garantia da perenidade e conservação de seu universo social e cultural.

A edição e publicação da Literatura Indígena também coloca pautas e fazeres das etnias na esfera pública, suscitando debates e o reconhecimento de sua cultura, de seus direitos constitucionais e da preservação de suas memórias. Cultura que também se manifesta por outras linguagens artísticas, como a dança, a artesania, a pintura, a música e até mesmo a produção audiovisual.

Celebrações aos povos indígenas no Brasil e no mundo

Em 9 de agosto, é comemorado o Dia Internacional dos Povos Indígenas. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1994. O dia é dedicado a homenagear e reconhecer as tradições dos povos indígenas e promover a conscientização sobre a inclusão dos povos originários na sociedade, alertando sobre direitos e reafirmando as garantias previstas na Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.

No Brasil, o ano de 2023 é um ano de muitas novidades em relação aos povos indígenas. Além da mudança do nome da data comemorativa - o dia 19 de abril é Dia dos Povos Indígenas -,  uma iniciativa inédita na história do país cria o Ministério dos Povos Indígenas. 

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Livros disponíveis na BibliON: Dia Internacional dos Povos Indígenas

Amazônia Indígena, de Márcio Souza


Com a bagagem de mais de quarenta anos de dedicação à cultura amazonense, o autor reúne a recente pesquisa sobre a Amazônia e os índios da região, derrubando falsas ideias construídas por décadas de desinformação. Em capítulos curtos, de leitura fácil, mas repletos de informação, o livro fala das culturas primitivas da Amazônia, passando pelos horrores do processo colonial e dos sucessivos genocídios de indígenas que ocorreram na história do Brasil, até as atuais polêmicas ambientais. Uma densa e empolgante obra sobre o gigantismo da cultura dos índios e uma intensa reflexão sobre os rumos que o território amazônico está tomando.

Como Surgiu: Mitos Indígenas Brasileiros, de Daniel Munduruku


Neste livro, o premiado autor conta algumas das fantásticas histórias dos povos indígenas. São narrativas cheias de fantasia, sabedoria e surpresas que, segundo o autor, "devem ser lidas com o coração". Junto com a sabedoria e a magia dessas histórias, vem também o respeito a essa cultura.


Vasos Sagrados: Mitos Indígenas Brasileiros e o Encontro como Feminino, de Maria Inez do Espírito Santo


Uma obra é um livro de histórias. Não de histórias comuns, mas daqueles de tipo especial. De relato em relato, feitos de maneira tão à vontade que remetem até a uma conversa entre amigos, trazendo aos leitores um infinito de possibilidades de reflexões ao apresentar a riqueza da mitologia indígena brasileira. As histórias estão divididas em quatro grandes capítulos compostos de diversas narrativas curtas, reunindo relatos transmitidos de geração em geração. Entre eles, estão a origem do fogo de acordo com as crenças dos índios, o surgimento de costumes novos introduzidos na vida de uma taba – que colocaram a mulher em uma situação diferente –, a razão de o Sol e a Lua passarem a não se encontrar no céu. A autora sempre oferece uma interpretação relacionada à vida contemporânea, um novo ângulo para olhar o mundo a nossa volta.