BibliON: livros que retratam as várias Independências do Brasil
setembro de 2023
“Independência ou morte!”. Nas margens do riacho Ipiranga no dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro I teria dado seu primeiro grito. Com a independência do Brasil declarada, o país transformava-se em uma monarquia.
Durante séculos, o episódio foi oficialmente contado pelos livros de História de forma heróica e grandiosa, ganhando até contornos míticos, da mesma forma como retrata o famoso quadro do artista Pedro Américo, "Independência ou Morte”, de 1888. Entretanto, é recente, e crescente, o volume de pesquisas e estudos que buscam rever o processo de separação entre Brasil e Portugal, rompendo com a visão de uma narrativa única, associada e limitada somente a grandes nomes e feitos.
Assim, novos atores e protagonistas passam a ser incluídos na História contada sobre a independência brasileira, como os escravizados e a destacada presença feminina.
“Independência ou Morte”: quadro de
Pedro Américo retratando o grito de D. Pedro I. A obra foi encomendada ao
artista pelo governo de São Paulo em 1886 como uma forma de homenagear o
império brasileiro e foi entregue em 1888, um ano antes da Proclamação da
República. Foto: Divulgação/Museu Paulista.
A Independência é um tema atual, repleto de reflexões e possibilidades
Passados mais de 200 anos do
acontecimento - comemorados com intensidade em 2022 -, surgem novas perspectivas para fato ocorrido às margens do Ipiranga. Afinal, para
além de D. Pedro, outros personagens estavam envolvidos no processo da independência.
Pensando nisso, e para fugir de
narrativas já tão conhecidas, a BibliON indica 3 livros que proporcionam uma visão
mais ampla sobre o contexto histórico da independência, para que você possa se
aprofundar e entender as atuais discussões sobre o tema.
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Livros disponíveis na BibliON – Independência
do Brasil
D. Leopoldina: a história não contada. A mulher que arquitetou a Independência do Brasil, de Paulo Rezzutti
Depois de desmitificar a figura de
D. Pedro, a coleção “A História não Contada” apresenta a imperatriz D.
Leopoldina. Conhecida no imaginário brasileiro como o vértice frágil do mais
célebre triângulo amoroso da história do Brasil, Maria Leopoldina sofreu diante
do escândalo que foi o relacionamento do marido com Domitila de Castro, a
futura marquesa de Santos. Mas sua trajetória revela muito mais do que a mulher
traída à luz do dia. Nascida na Áustria, culta e refinada, ela deixou a Europa
em 1817 para uma aventura transatlântica e se tornou uma estrategista política
fundamental no processo de Independência. A biografia de Leopoldina, no
entanto, ainda parece distante da maioria do povo brasileiro. Sua figura
complexa e carismática, sua vida intensa e breve, sua combinação de temores e
coragem, força e fragilidade, são nuances reveladas e descritas pelo escritor e
pesquisador Paulo Rezzutti nesta história não contada. O livro inclui ainda um
caderno de imagens inéditas e parte de documentos originais para relatar as
reflexões, crenças e angústias da primeira imperatriz do Brasil.
Independência do Brasil: as mulheres que estavam lá, de Heloisa M. Starling, Antonia Pellegrino (org.)
O período marcado pelas lutas de
Independência do Brasil, entre o fim do século XVIII e as primeiras décadas do
XIX, legaram alguns dos episódios mais marcantes de nossa história, desde a
Conjuração mineira, movimento ocorrido em 1789, até as revoluções que
incendiaram o Nordeste do país a partir de 1817. As narrativas desses momentos
heroicos, no entanto, não costumam destacar a atuação das mulheres que, mesmo
diante de interdição para participar da vida política, ocuparam a cena pública
e tomaram corajosamente parte nesses combates por meio de diferentes
estratégias. Seja escrevendo panfletos anticoloniais, conspirando nos
bastidores do poder, ou mesmo liderando revoltas e lutando no front, as
mulheres desempenharam papéis chave nesse momento decisivo. Sete delas são
recuperadas neste livro: Hipólita Jacinta Teixeira
de Melo, Bárbara de Alencar, Urânia Vanério, Maria
Felipa de Oliveira, Maria Quitéria de Jesus, Maria Leopoldina da Áustria e Ana Lins. Escritos pelas historiadoras e escritoras
Antonia Pellegrino, Cidinha da Silva, Heloisa Starling, Marcela Telles,
Patrícia Valim, Socorro Acioli e Virgínia Siqueira Starling, os textos da
edição trazem de volta essas heroínas para participar, com justiça, das
celebrações dos duzentos anos da Independência do país.
O tesouro da Independência, de Luis Eduardo Matta
Um presente deixado por D. Pedro I
a Mogotsi, por ter salvo sua vida momentos antes da declaração da Independência
do Brasil, desperta o interesse de dois amigos: a estudante Keeya, vinda do
país africano de Kawânia, e o carioca Joaquim. Com ajuda de uma bibliotecária e
de uma leiloeira, os dois partem numa aventura pelo Rio de Janeiro em busca
desse tesouro esquecido; visitando bibliotecas, antigas mansões, o Museu
Histórico Nacional e outros lugares do tempo da corte portuguesa no Brasil.
Tudo isso sob a mira de perseguidores perigosos, muito interessados nas
descobertas feitas pela dupla sobre essa riqueza há muito perdida.
Fonte: Guia do Estudante