Wilson Gasino e as "histórias que precisam ser contadas"
setembro de 2023
Escrever para contar histórias que precisam ser contadas. O universo da palavra, escrita e literatura atravessa a vida e a trajetória do jornalista e escritor paranaense Wilson Gasino. Foram mais de 25 anos de atuação nas redações dos principais veículos de comunicação impressos do país. No percurso das páginas de jornais diários à imersão nos capítulos dos livros – ele é autor dois romances, um de contos, um de reportagem e um empresarial e atua, desde 2014, na Comunicação da Sabesp, onde coordena projetos especiais -, o desafio de escrever continua o mesmo: um “processo constante de aprendizado” e uma oportunidade para “organizar experiências” e, claro, “escrever para contar histórias que precisam ser contadas’. “A palavra escrita é uma coisa boa, me faz bem, é uma satisfação e uma diversão. Sempre um aprendizado”, disse Gasino.
Convidado da
programação cultural da Biblioteca do mês de agosto, Gasino falou sobre sua trajetória
profissional e produção literária, além de trazer novidades sobre os projetos
especiais da Sabesp, entre eles, o livro comemorativo dos 50 anos da Sabesp que
está saindo do forno, cheio de surpresas, bem moderno e que todos os
funcionários vão receber em breve! A publicação conta com a colaboração de
Priscila Dias Franco, jornalista da Superintendência de Comunicação da Sabesp, e
Maria del Carmén Vázquez. Aliás, foi Priscila quem conduziu o descontraído
bate-papo com o colega de profissão.
Histórias do real
Em Histórias Sobre Corrupção e
Ganância, lançado em março de 2006, Gasino relata um dos episódios mais
escandalosas da CPI do Banco do Estado do Paraná (Banestado). Escrito no gênero
de livro-reportagem, o livro traz em suas páginas histórias contadas com uma
escrita detalhada e extensa, uma verdadeira obra literária que conta uma
história real.
Entre o mundo
real e a ficção
Um dos maiores conflitos armados do país ocorrido entre Paraná e Santa Catarina foi o pano de fundo para o seu primeiro romance, O Reino Místico dos Pinheirais. Publicado em 2011, conta a trajetória de uma família dividida pela Guerra do Contestado, ocorrida de 1912 a 1916, entre caboclos e comandantes da República, fato que contribuiu para a formação do Sul do país. A escolha do tema não foi por acaso, afinal, o autor nasceu em União da Vitória, Paraná, um dos centros do conflito. “A Guerra do Contestado é tão forte quanto Canudos”, enfatiza o autor. Na composição da narrativa, além de toda a mitologia que envolveu o acontecimento da Guerra, o autor entregou-se a um discurso em que história e ficção se misturam, e a reconstrução de épocas e fatos exigiram pesquisas e uma certa dose de imaginação.
Contos para
registrar momentos de transformação na vida de alguém. Este foi o exercício de
Gasino em Impermanências,
de
2014, uma reunião de escrits publicados em jornais, revistas e blogs e
alguns inéditos. Para o autor, os contos permitem fazer o exercício da fantasia
de uma forma mais leve e, ao mesmo tempo, trazer reflexões profundas.
Em 2018, o romance Distrópicos faz uma viagem metafórica pelo Brasil da Ditadura até os tempos atuais em que
as utopias – de direita e esquerda – estão desgastadas e desacreditadas em meio
a debates superficiais, discursos vazios e guerras de desinformação. O autor faz uma composição de elementos da história grega relacionado-os com a história do Brasil. Teseu, o herói mitológico, dá nome ao protagonista
deste livro, um homem atual vivendo seus dilemas, buscando respostas, perdido
entre verdades fluidas e papéis cada vez mais difíceis de definir. Um homem em
crise, que, após três tentativas de suicídio, um casamento frio, um emprego
insípido e a rendição ao alcoolismo, resolve rever seu passado desde a morte de
uma antiga namorada, torturada pela Ditadura, nos anos 70. "Os personagens do livro são metáforas da sociedade, que vão construindo a jornada de volta de herói cheio de falhas. É uma metáfora do Brasil, que hoje vive um forte radicalismo, uma guerra ideológica que gera essa confusão labiritinca, de quem está falando a verdade nesta disputa ideológica.", comenta o autor.
Memória empresarial
No ano passado, o jornalista escreveu o livro O Saneamento na Despoluição do Rio Pinheiros, sobre a realização do programa, lançado em 2019, como desafio para os órgãos e empresas do Governo do estado de São Paulo ligados ao meio ambiente e ao saneamento. Coube à Sabesp o desafio: o eixo saneamento. Com soluções inovadoras, os resultados se concretizaram, com a entrega à população, em 2022, um rio Pinheiros muito mais limpo, com vida e integrado à cidade. A obra traz a riqueza de ilustração e fotos históricas do acervo da Fundação Patrimônio da Energia de São Paulo. “Este trabalho foi muito gratificante porque o projeto de contar o esforço enorme feito pela Sabesp, funcionários e comunidade marca esta vitória, esta conquista. É um livro sensorial com muitas fotos e imagens”, observa o autor.
O que está por vir?
Sobre projetos futuros, o escritor já pensa em refletir sobre
o tema ‘conversas’: “estamos num mundo em que as pessoas não querem conversar,
querem cravar suas posições, serem ouvidas, porém, não querem escutar. Não é um
livro de ficção, mas pretende ajudar as pessoas a se conectarem. Precisamos
reaprender a nos ouvir e a ouvir o outro.", explica o escritor.
Outro projeto, um presente-surpresa que aind anão permite spoiler: o livro 50 anos da Sabesp. QUem quiser saber mais e gostou dessa história, a ssista a live com Wilson Gasino na íntegra no Workplace.
Livros disponíveis de Wilson Gasino no nosso acervo: O Saneamento na Despoluição do Rio Pinheiros, Impermanências, O Reino Místico dos Pinheirais e Distrópicos.